Juliano Moreira
Foto: Divulgação Fiocruz
Disponível em https://informe.ensp.fiocruz.br/noticias/52024
Pioneiro na psiquiatria brasileira e na luta contra o racismo.
Breve Biografia
Juliano Moreira, nascido em Salvador, Bahia, em 6 de janeiro de 1872, enfrentou desafios significativos como um jovem negro de origem humilde. Ele conseguiu superar essas barreiras e ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia aos treze anos, graças ao apoio de seu padrinho, o Barão de Itapoã, que também foi um diretor da faculdade. Essa conquista foi notável, especialmente porque aconteceu antes da abolição da escravatura no Brasil, que ocorreu apenas três anos depois de sua matrícula na faculdade.
Juliano Moreira se formou aos 18 anos, doutorando-se em 1891 com uma tese sobre sífilis maligna precoce. Aos 23 anos, tornou-se professor substituto na seção de doenças nervosas e mentais da mesma faculdade. Mais tarde, ele se especializou em psiquiatria, realizando cursos e estágios em diversos países europeus e, durante uma de suas viagens, conheceu sua futura esposa, a enfermeira Augusta Peick.
Enquanto esteve na Bahia, Juliano Moreira co-fundou a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Estado e atuou como médico da Inspetoria de Higiene, prestando atendimento à população carente nas proximidades de Salvador. Ele também desempenhou um papel fundamental na introdução das ideias de Sigmund Freud no Brasil ao realizar uma conferência sobre o assunto em 1899.
De 1903 a 1930, Juliano Moreira dirigiu o Hospício Nacional de Alienados no Rio de Janeiro, onde introduziu práticas inovadoras no campo da psiquiatria. Além disso, ele trabalhou na área de Saúde Pública, defendendo leis de assistência a alienados e a criação de diferentes tipos de hospitais para tratamento psiquiátrico, incluindo uma colônia agrícola.
Ele faleceu em 2 de maio de 1933, na cidade de Correias, Rio de Janeiro, e em sua homenagem, o Governo da Bahia criou o Hospital Juliano Moreira, que se tornou um importante centro de pesquisa e preservação histórica.
Principais contribuições para a Ciência
Precursor da psicanálise no país. Defendeu leis de assistência a alienados e a criação de diferentes tipos de hospitais para tratamento psiquiátrico, incluindo uma colônia agrícola. Também se destacou em debates sobre questões raciais, contradizendo teses que afirmavam que populações mestiças eram mais suscetíveis a doenças mentais.
Para saber mais
https://informe.ensp.fiocruz.br/noticias/52024