Giuseppe Cilento
Foto: Divulgação Universidade Estadual de Campinas
Disponível em https://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/dezembro2003/ju239pag08.html
Pioneiro nas pesquisas sobre a possibilidade das plantas realizarem processos fotoquímicos sem a presença de luz, a chamada fotobiologia sem luz.
Breve Biografia
Giuseppe Cilento nascido em 1923, na cidade de Sorrento, na Itália. Seu pai, um médico italiano que havia imigrado para o Brasil antes da Primeira Guerra Mundial, trabalhava no serviço de tuberculose da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Giuseppe ingressou no curso de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, onde teve a oportunidade de estudar e colaborar com renomados professores alemães, incluindo Heinrich Rheinboldt e Heinrich Hauptmann.
Sua trajetória acadêmica inclui a obtenção do diploma de químico em 1943 e a conclusão do doutorado sob a supervisão de Rheinboldt, com uma tese intitulada "Isosterismo, Isologia e Isomorfismo". Essa pesquisa abordou a possibilidade de substituição isomórfica entre dois compostos de constituição idêntica, diferindo apenas na substituição de um átomo de oxigênio por um átomo de enxofre, bem como as propriedades e o comportamento cristalográfico desses compostos.
Em 1947, recebeu um convite de Piero Manginelli para trabalhar na Fundação Andréa e Virgínia Matarazzo, localizada na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde seu interesse pela carcinogênese química floresceu. Mais tarde, em 1951, atendendo ao convite do professor Hauptmann, juntou-se ao Departamento de Química da USP como assistente na cátedra de química orgânica e biológica.
Em 1955, Giuseppe conquistou o título de Livre Docente do Departamento de Química e, no ano seguinte, sua transição definitiva para o campo da bioquímica foi solidificada após uma bolsa de pesquisa na Universidade de Harvard, no laboratório de Frank Westheimer. Lá, concentrou-se na cinética de reações catalisadas pela enzima álcool-desidrogenase e iniciou pesquisas sobre a química do enxofre e compostos sulfurados, que se tornariam suas principais áreas de estudo.
Seu trabalho científico notável, incluindo o artigo intitulado "The expansion of the sulfur outer shell" (1960), publicado na Chemical Reviews, rendeu-lhe o Prêmio Hans Feigl, destinado a pesquisas em ciências básicas. No mesmo ano, após o falecimento do professor Hauptmann, Giuseppe assumiu a cátedra de química orgânica e biológica.
A convite do professor Zeferino Vaz, liderou a formação do Instituto de Química da Unicamp, onde desempenhou um papel significativo de 1966 a 1978. Além disso, ocupou duas vezes o cargo de diretor do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da USP.
Principais contribuições para a Ciência
Reconhecido como o fundador da escola de foto bioquímica no Brasil. Seu trabalho impulsionou o desenvolvimento de diversos campos da Química, incluindo a fotoquímica, biofísica, bioquímica, biologia molecular, toxicologia analítica clínica e biotecnologia. Uma das contribuições mais significativas foi a "fotoquímica sem luz"; ele identificou que certas reações podem gerar luz e fotoquímica sem depender de uma fonte externa de excitação.
Para saber mais
http://www.15snhct.sbhc.org.br/trabalho/view?ID_TRABALHO=1530
Recursos didáticos disponíveis em Química/Transformação Químicas