Luiz Roberto Ramos

Foto: Acervo Institucional

Deu contribuições importantes para a área da Epidemiologia do Envelhecimento no Brasil

Escola Paulista de Medicina

Breve biografia

Luiz Roberto Ramos nasceu em São Paulo em 10 de julho de 1953. Entrou na Escola Paulista de Medicina (EPM) em 1971, onde seu pai lecionava (Prof. Oswaldo Ramos) e seu avô fora um dos fundadores (Prof. Jairo Ramos). Formou-se médico em 1976, fez residência na EPM nos anos 1977 a 1979, com especialização em saúde pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Em 1980, com bolsa do Conselho Britânico foi fazer mestrado na London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM), concluído em 1981. De volta ao Brasil fez concurso e iniciou sua carreira acadêmica no Disciplina de Epidemiologia do Departamento de Medicina Preventiva (DMP) da EPM em 1983. Em 1985, com bolsas do CNPQ e Fapesp, fez seu doutoramento na LSHTM já com foco no envelhecimento populacional enquanto questão de saúde pública para um país com o Brasil. Foi orientado pelo então coordenador da saúde do idoso na Organização Mundial da Saúde (Dr. Alexandre Kalache), e defendeu seu PhD em 1987, com os resultados do primeiro estudo epidemiológico populacional com idosos no Brasil, que mostrou que os idosos em sua maioria viviam junto com filhos e netos, situação muito diferente do observado na Inglaterra, por exemplo. 

De volta ao Brasil, articulou a fundação da Disciplina de Geriatria no Departamento de Medicina em 1989, contando com médicos atuantes no Ambulatório de Medicina Geral do DMP que já atendiam a população idosa. Em 1991, com um projeto temático na Fapesp, iniciou o primeiro estudo de coorte populacional com idosos no Brasil (Projeto EPIDOSO) que perdurou por mais de 20 anos e levou a criação do Centro de Estudos do Envelhecimento (CEE) e a orientação de inúmeros mestrados e doutorados. Publicou 157 artigos e tem um indice H=39. Foi chefe da Disciplina de Geriatria até 1995 quando foi fazer um pós-doutorado na Universidade de Harvard com bolsa da Fapesp, para estudar a epidemiologia das demências, na Neuropsychiatric Unit do Massachussets General Hospital, sob supervisão da Profa. Marilyn Albert. Com ela, publicou um artigo seminal em 2001, com os dados do EPIDOSO mostrando que o principal fator de risco para mortalidade em idosos eram as perdas funcionais físicas e mentais, depois de controlar pelo número de doenças crônicas.

Em 2005 ganhou um concurso para professor titular no DMP e voltou a sua origem. Entre 2006 e 2012 foi chefe do DMP por dois mandatos e coordenador do PPG no DMP, que passou de Mestrado em Epidemiologia para um Programa de Mestrado e Doutorado em Saúde Coletiva. Estabeleceu colaboração científica com o CDC de Atlanta na pessoa do Prof. Eduardo Simões, seu grande parceiro de pesquisa, para estudar a promoção de atividade física no Brasil e América Latina.  Em 2018 foi indicado coordenador do Tema Longevidade do projeto CAPES/PRINT/UNIFESP, vigente até final de 2024. Em 2020 foi eleito membro titular da Academia de Medicina de São Paulo, ocupando a cadeira que fora de seu avô. Em 2023, foi incluído na lista, elaborada pela Universidade de Stanford, dos 100 mil pesquisadores mais influentes do mundo, dos quais 979 Brasileiros. 

Aposentado em março de 2024, tornou-se Professor Sênior da UNIFESP, e ganhou uma bolsa de produtividade sênior do CNPQ até 2029, merecida por quem teve bolsa de produtividade nível 1 por mais de 20 anos durante a carreira. 

Principais contribuições para a Ciência

Contribuiu para o conhecimento dos fatores que influenciam o envelhecimento saudável e foi pioneiro na concepção da capacidade funcional  como principal indicador de saúde nos idosos. Coordenou um estudo de coorte com idosos residentes no em torno da UNIFESP (projeto EPIDOSO) por mais de 20 anos. 

Para saber mais

lattes.cnpq.br/3798829566782422 

www.scopus.com/authid/detail.uri?authorId=7202180615 


Indicação referendada pela Câmara de Pós Graduação e Pesquisa da Escola Paulista de Medicina  - campus São Paulo.