Cyntia Andersen Sarti
Foto: FAPESP
Disponível <https://fapesp.br/en/14689/cynthia-andersen-sarti>
Contribuiu para estudos sobre a vulnerabilidade nas relações humanas - a pobreza, a doença, a violência, o sofrimento - em um diálogo entre as humanidades e a saúde.
Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Breve biografia
Graduada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo nos anos 1970 e mestre ainda sob a ditadura militar, consolidou sua formação acadêmica nesta universidade com o doutorado em Antropologia Social em 1994. Identificada com as lutas democráticas e feministas à época, trabalhou como pesquisadora na Fundação Carlos Chagas durante os anos 1980, onde se iniciou no campo temático dos estudos de gênero e família. Desse aprendizado profissional, aliado à pós-graduação, veio a inspiração para a tese de doutorado que se transformou no livro “A família como espelho: um estudo sobre a moral dos pobres”, publicado originalmente em 1996.
Na Unifesp, ingressou como professora-visitante em 1994, efetivando-se como docente de antropologia em 1996. Suas aulas e pesquisas buscavam trazer o modo de conhecer da antropologia para o trato clínico e cirúrgico do corpo e da doença, física e mental, e para suas formas terapêuticas, em meio a uma trajetória que articulava a pesquisa e o ensino à construção institucional do campo das ciências humanas e sociais na Unifesp. O campo da saúde tornou-se, assim, seu objeto de reflexão antropológica, em colaboração com outros cientistas sociais de outras universidades voltados para este campo.
Em 2006, tudo mudou com a expansão da Unifesp para outros campi e outras áreas do conhecimento. Ela coordenou a implantação das áreas de ciências humanas e sociais no campus Guarulhos, do qual se tornou diretora acadêmica desde sua criação até fevereiro de 2009. Veio em seguida o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, também por ela coordenado desde sua criação em 2010 até 2015, com novas possibilidades. No âmbito institucional de uma escola de ciências humanas e sociais, o problema do sofrimento associado à violência, antes tratado a partir do atendimento em saúde, passou a ser pensado com base na memória da ditadura militar brasileira, abrindo novo campo de pesquisa ainda em curso. Aposentou-se em fins de 2022, transfigurando-se em “professora sênior” e continuando, assim, a fazer parte do mundo acadêmico no qual fez sua história profissional. Além disso, foi Diretora da Editora Unifesp, atuou em agências de fomento, como membro do Comitê de Assessoramento do CNPq, representando a área de antropologia e atualmente é coordenadora de área na Fapesp. Integrou, como representante da ABA e da ANPOCS, o Grupo de Trabalho da CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) que elaborou e redigiu a Resolução CNS nº 510/2016 que regulamenta as pesquisas nas Ciências Humanas e Sociais e foi também Diretora de publicações da FapUnifesp.
Principais contribuições para a Ciência
Contribuiu com suas pesquisas antropológicas para os estudos das formas sociais da vulnerabilidade humana, sendo referência nos temas que envolvem família e gênero, corpo e doença, dor e sofrimento, violência e memória.
Para saber mais
cehfi.unifesp.br/en/bmhv/historias-de-vida/file/31-entrevista-cynthia-andersen-sarti
lattes.cnpq.br/6324223682846646
Indicação referendada pela Câmara de Pós Graduação e Pesquisa da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - campus Guarulhos.